---

Mortalidade Infantil será tema de Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal em Belém

---

01.12.2015

 

Abre nesta quarta-feira, dia 2 de dezembro, às 19h, no Hangar, em Belém, o IX Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (COBEON) e III Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (CIEON), que serão realizados pela primeira vez na região Norte.

O evento vai abordar dois temas importantes e que possuem números alarmantes no Pará. A mortalidade infantil e a materna. Crianças que morrem antes de completar um mês de nascimento. E mães que morrem durante o parto. Segundo a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO)/ Secção Pará, uma das realizadoras do evento, 180 grávidas morreram durante o parto este ano no Pará. Um dos fatores que contribui para esse risco de morte é o alto índice de cesáreas. No Estado, essas cirurgias chegam a 90% nas maternidades e hospitais particulares. Já nas maternidades públicas, o índice chega a 56%.

O IBGE acaba de divulgar a Tabela de Mortalidade do Brasil. O número de bebês que morrem antes dos 30 dias de vida ainda é alarmante no Pará. Segundo o IBGE, de cada mil bebês nascidos vivos em 2014, 17,7% não resistiram e morreram este ano. O estado do Maranhão ficou em primeiro lugar com 23, 7%.

No caso do Pará, houve um aumento da taxa de mortalidade, em relação a 2013, quando foi registrado o índice de 16,46%, segundo o IBGE. Em 2009, esse percentual de redução era de 18,39%; no ano seguinte passou para 18%; em 2011 – 17,40%; 2012 com 17,04%.

Cerca de dois mil profissionais e estudantes da área de saúde devem participar dos congressos que acontecem até o dia 4 de dezembro. Os congressos são realizados pela Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) e contam com apoio do Conselho Regional de Enfermagem do Pará.

Ao abordar o tema “Enfermagem Obstétrica e Neonatal: impactos, conquistas e desafios à saúde sexual e reprodutiva, para uma maternidade segura e prazerosa, o Congresso quer assumir a proposta de humanizar e integrar as ações de saúde para uma maternidade saudável.

Um dos trabalhos que já vem sendo desenvolvido no país é a Rede Cegonha, que pretende assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

A Rede Cegonha desenvolve diferentes ações voltadas para a formação e capacitação de Enfermagem Obstétrica. Esses profissionais são estratégicos para mudança no modelo de atenção obstétrico e neonatal.

ENFERMEIRA DA FAMÍLIA REAL INGLESA PARTICIPA DO CONGRESSO

A enfermeira obstetra Lesley Ann Page será uma das palestrantes do III Congresso Internacional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (CIEON), no dia 4 de novembro, às 9h, no auditório Açaí. Lesley foi quem acompanhou o parto dos dois filhos do casal real Principe William e Kate Middleton, na Inglaterra. Ela vai falar sobre os desafios para uma prática obstétrica autônoma no século XXI.
Lesley é presidente do Royal College of Midwives. Ela foi a primeira professora de obstetrícia no Reino Unido no Thames Valley University e Hospital da rainha Charlotte. Alem de enfermeira obstetra, ela é advogada e ativista de parteiras há mais de 32 anos.

Ela também é professora visitante de obstetrícia na Escola Nightingale Florence de Enfermagem e Obstetrícia, Faculdade do Rei (Londres) e Professor Adjunto da Universidade de Tecnologia de Sydney e Professor Visitante da Universidade de Sydney