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Enfermagem e povos originários, educação e saúde emocional permeiam debates da SENF 2025


02.06.2025

A programação do primeiro dia da XX Semana de Enfermagem (SENF/2025), na última quinta-feira (29.05), realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA), prosseguiu com importantes debates no horário da tarde. Foram realizadas três conferências com temas voltados à educação, à saúde emocional e ao fortalecimento da atuação do profissional de Enfermagem diante dos desafios socioambientais da Região Amazônica.

 

A primeira conferência abordou “A atuação da Enfermagem diante dos povos originários”, ministrada pela Dra. Perla Corrêa, pós-graduada em Saúde Coletiva e Saúde Indígena, com 14 anos de experiência nesta última área. Em sua fala, a Dra. Perla enfatizou que, para os povos indígenas, “saúde é indissociável da integridade ambiental”. Isso porque o conceito de Saúde Planetária está diretamente ligado à preservação dos rios, das florestas e do ar. A degradação desses elementos compromete a qualidade de vida das comunidades que deles dependem, levando ao adoecimento por meio da contaminação e da destruição ambiental.

 

A palestrante também destacou que não existe uma “receita de bolo” no cuidado dos povos originários, considerando que o Brasil abriga mais de 260 etnias, cada uma com seus próprios costumes e saberes. Dessa forma, é fundamental exercer uma escuta ativa e oferecer um cuidado intercultural, reconhecendo essas populações não como diferentes, mas como seres humanos.

 

Na sequência, a Dra. Isabel Cunha, professora e orientadora permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), discutiu o tema “Educação sustentável em Enfermagem”. Em sua conferência, ressaltou a importância de inserir a temática da sustentabilidade nos currículos dos cursos de Enfermagem, considerando sua relevância para compreender os impactos das mudanças climáticas na saúde das populações atendidas. Além disso, destacou que práticas sustentáveis contribuem para a redução do desperdício de materiais e para a construção de ambientes de trabalho mais eficientes e equilibrados. “Formar profissionais conscientes ajuda não só na saúde de hoje, mas no mundo que queremos para amanhã”, pontuou.

 

A Dra. Isabel também criticou a formação deficitária presente em muitos cursos de Enfermagem, onde se prioriza o ensino técnico em detrimento da reflexão crítica. Segundo ela, essa lacuna compromete a capacidade dos profissionais de pensarem de forma ambiental e socialmente responsável. “Não basta ensinar a fazer um curativo. É preciso ensinar por que cuidamos, de quem cuidamos e a que custo cuidamos”, afirmou.

 

Encerrando as atividades do dia, a conferência sobre “Ecoansiedade” foi conduzida pela Dra. Rita Quaresma, Enfermeira e Psicanalista. A palestrante definiu ecoansiedade como sendo o medo crônico gerado pelas mudanças climáticas e seus impactos no meio ambiente, o qual pode evoluir para transtornos psíquicos mais graves. Destacou a importância da sensibilidade do profissional de Enfermagem ao acolher pacientes em sofrimento psíquico, praticando a escuta empática e o cuidado humanizado.

 

No campo da saúde mental, a Dra. Rita enfatizou que os profissionais de Enfermagem têm um papel fundamental ao intervir nas populações mais vulneráveis, promovendo não apenas estratégias de adaptação aos desafios climáticos, mas também mecanismos de resiliência e bem-estar psicossocial.

 

Ascom/Coren-PA

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