Saúde feminina, maternidade e avanços da enfermagem são foco de 3º Seminário Materno Infantil

Evento realizado entre os dias 24 e 25 de outubro abordou a saúde dentro das perspectivas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

01.11.2024

Conforme novas pesquisas e tecnologias surgem na sociedade e na comunidade científica, é quase impossível separar a área da saúde das discussões acerca do desenvolvimento sustentável, principalmente na Região Norte. Pensando nas particularidades da região amazônica e suas populações, foi realizado pelo Coren-PA, em Belém, o 3º Seminário de Enfermagem em Saúde da Mulher. Direcionado para debates em torno da saúde feminina, a programação ocorreu entre os dias 24 e 25 de outubro, no Hotel Sagres.

Falta de acesso a métodos contraceptivos, violência de gênero, mortalidade materna, cuidados pré-natais, puerpério, dificuldades socioeconômicas e doenças prevalentes em mulheres, como cânceres de mama e no colo do útero são alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres brasileiras em questões de saúde e bem-estar. Por estarem conectados com problemáticas sociais, o tema do seminário foi “A enfermagem e suas contribuições para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 2030”.

A Dra. Gabriela Rodrigues, Membro da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde da Criança/Cofen e Conselheira Secretária do Coren/ RR, foi uma das palestrantes do segundo dia de Seminário e destacou a importância do mesmo dentro do contexto da COP 30. “É muito importante falar como a enfermagem pode auxiliar a conseguirmos alcançar os indicadores dos ODS. Quando a gente trabalha a saúde sexual reprodutiva e fortalece a enfermagem, que tem um papel essencial para levar o acesso de informação e atendimento às mulheres, percebo que é de grande valia o trabalho de todos da organização para movimentar a sociedade, estudantes e profissionais para temas tão relevantes, com as normativas e evidências científicas”, explicou ela.

O primeiro dia de programação contou com as palestras “Avanços na Saúde Materna: A Rede Alyne e o enfrentamento à Mortalidade Materna”, “Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento: conceitos e desafios para a sua implementação” e “A Enfermagem Obstétrica na Promoção do Protagonismo das Mulheres e suas Diversidades”. Já no dia seguinte, os debates foram acerca dos tópicos “Cuidado de Enfermagem Qualificado e Seguro no Planejamento Sexual e Reprodutivo”, “Promoção, Incentivo e Manejo do Aleitamento Materno: o papel da enfermagem”, “Mortalidade Materna e o Compromisso do Brasil com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 2030” e “Papel da Enfermagem à Mulher Vítima de Violência e suas interfaces”.

“A questão da saúde da mulher é fundamental nas bases da assistência de enfermagem, né? A gente percebe que tem vários aspectos a serem abordados e são de fundamental importância para a saúde da família como um todo, porque a mulher é responsável tanto pelo cuidado da família quanto pela geração dos novos seres. Então, ela participa de todo esse processo reprodutivo e todos esses aspectos permeiam muito a questão do profissional da enfermagem, visando a questão da promoção e da própria assistência prestada durante o pré-natal, puerpério, atendimento da criança, crescimento e desenvolvimento”, destacou Paulo Nascimento, enfermeiro há 20 anos e plantonista do Hospital Municipal de Ipixuna, participante do encontro. “A gente precisa sempre estar participando de formações e saber de inovações. A gente sabe que o papel principal do Coren é a fiscalização e a regulamentação do exercício profissional. Mas esse aparato científico também é essencial para que a gente possa desenvolver com excelência a nossa atividade.”

O presidente do Coren-PA Antônio Marcos Freire, durante o Seminário, comentou também sobre a necessidade do tema dentro do contexto do Outubro Rosa, considerando as dimensões da saúde feminina no Brasil. “O aprendizado transforma e enriquece. Precisamos entender a dimensão de um problema que nos choca. Mulheres estão morrendo por falta de assistência e precisamos nos sensibilizar por essas questões, ou então não somos uma sociedade digna de reconhecimento. Temos mulheres ribeirinhas, quilombolas, carcerárias, negras, mulheres aqui da região das Ilhas do Combu que não possuem R$ 40,00 para transporte e serem assistidas em uma unidade de saúde. Então, para além do conhecimento científico, precisamos exercitar o nosso olhar e liderança para mudar essas realidades. Quero que todos saiam daqui refletindo hoje o seguinte: o que podemos fazer, dentro da nossa profissão, para ajudar a transformar positivamente a vida das mulheres do nosso estado?”, concluiu o presidente da autarquia.

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